35 Senses
Visuals for a Sensorial Dinner
Challenges.
No metro de 北京, (Běijīng), a estação de 五道口 (Wǔdàokǒu) repete-se todos os dias — a mesma voz, os mesmos gestos, os mesmos corpos a ocupar o mesmo espaço. Nada é teu, mas tens de acompanhar.
Aqui, o desafio não é chegar. É manter a direção no meio da repetição. Entre uma estação e a seguinte, encontramos os nossos challenges — muitas vezes em silêncio, repetidamente, até se tornarem parte do caminho.
Boundaries.
Num posto de gasolina, uma rapariga rapa o cabelo.
Não há plateia, mas há trânsito.
Ninguém lhe pede explicações, mas todos olham.
O gesto é íntimo — o espaço, público.
A boundary não é o cabelo que cai.
É o momento em que deixas de pedir permissão.
Love.
O que não se diz, fixa-se. Gestos suspensos, olhares congelados, afetos enquadrados por simetria.
Aqui, o love não é privado — é decorativo.
Mas, por entre os padrões, algo escapa.
Um excesso, um absurdo, um desvio.
É nas fissuras da forma que o afeto se torna verdadeiro.